As grandes artérias em foco…

 

 

As grandes artérias em foco: avaliação da rigidez arterial no paciente hipertenso.

 

Resumo

Evidências comprovam que a rigidez arterial apresenta uma forte correlação com lesões de órgãos-alvo e é um fator de risco para eventos cardiovasculares na população hipertensa, independente de outros fatores de risco mais conhecidos. Diversos mecanismos estão envolvidos na relação entre hipertensão e rigidez arterial, como envelhecimento, inflamação, alterações metabólicas e neuro-humorais. Estes mecanismos justificam a rigidez arterial como consequência, mas também com causa de elevação da pressão arterial, de acordo com alguns estudos clínicos e experimentais. A rigidez arterial pode ser avaliada de forma local, regional ou sistêmica. Entre as diversas formas, a medida da velocidade da onda de pulso (VOP) é considerada um preditor independente para morbidade e mortalidade cardiovascular em diversas populações. Particularmente, a VOP carótido-femoral tem o maior valor preditivo e possui valores de referência disponíveis, por isso é considerada o padrão-ouro para a medida da rigidez arterial aórtica ou central. Considerando que a VOP carótido-femoral é altamente dependente da idade e da pressão arterial, há uma série de limitações quando se define um ponto de corte fixo para toda a população. Além disso, a distância entre as artérias deve ser medida com muita precisão, pois pequenas diferenças podem influenciar o valor final da VOP. A rigidez arterial sistêmica pode ser avaliada indiretamente através da análise da onda de pulso aórtica derivada a partir da tonometria de aplanação da artéria radial. Todavia, a relação entre os parâmetros centrais obtidos e a rigidez arterial é complexa e, por isso, não devem ser interpretados isoladamente.

Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, v. 25, p. 26-31, 2015

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